
Mais de 42 mil cidadãos ucranianos estão dados como desaparecidos pelas autoridades devido à guerra, à ocupação de territórios por parte da Rússia ou a catástrofes naturais. O Ministério do Interior da Ucrânia informou que, no total, já foram identificados 51 mil cidadãos com “paradeiro desconhecido”. A maioria das pessoas encontradas com vida são “prisioneiros de guerra” e 4000 desaparecidos foram encontrados mortos.
A Alemanha planeia reduzir para metade a ajuda militar à Ucrânia no próximo ano, apesar das preocupações de que o apoio dos Estados Unidos a Kiev possa diminuir se o candidato republicano Donald Trump regressar à Casa Branca. A ajuda alemã à Ucrânia será reduzida para quatro mil milhões de euros em 2025, face a cerca de oito mil milhões de euros em 2024, de acordo com um projeto de orçamento para 2025 consultado pela Reuters.
Já a Comissão Europeia deu luz verde para o primeiro pagamento de quase 4,2 mil milhões de euros, ao abrigo do Mecanismo para a Ucrânia, para apoiar a estabilidade macrofinanceira do país. “Assim que seja adotada pela Conselho [da União Europeia], a decisão vai disponibilizar um total de 12 mil milhões de euros”, indicou.
Outras notícias do dia:
⇒ O recém-eleito Parlamento Europeu assumiu como primeira posição oficial o apoio à Ucrânia, num debate em que o grupo dos conservadores ECR, que inclui o partido da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, alinhou com a maioria. Reiterando o “apoio contínuo à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”, os eurodeputados pedem à União Europeia que mantenha a ajuda a Kiev, assim como o apoio militar. Os apoios devem prolongar-se “durante o tempo que for necessário até à vitória”, lê-se na resolução.
⇒ A Rússia negou que a ofensiva contra a região ucraniana de Kharkiv tenha falhado, apesar de não ter alcançado o objetivo de criar uma zona tampão para impedir ataques contra território russo. Moscovo anunciou na terça-feira que ia restringir o acesso a 14 cidades da região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, a partir de 23 de julho. A medida foi justificada com os bombardeamentos ucranianos, apesar da ofensiva russa em curso desde maio para impedir os ataques. “Não, isto não significa” que a ofensiva russa tenha falhado, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
⇒ As autoridades da região russa de Belgorod denunciaram a morte de dois civis na sequência de um ataque do exército ucraniano. “As forças armadas ucranianas voltaram a atacar um carro civil”, afirmou o governador regional, Vyacheslav Gladkov, acrescentando que as tropas ucranianas usaram um drone para realizar o ataque.
⇒ A Rússia e a Ucrânia trocaram novamente prisioneiros de guerra, anunciou o Ministério da Defesa russo. “Na sequência de um processo de negociação, 95 militares russos, que se encontravam em perigo de vida na prisão, regressaram do território controlado pelo regime de Kiev. Em contrapartida, foram devolvidos 95 prisioneiros de guerra das forças armadas ucranianas”, indicou em comunicado.
⇒ O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou a designação do funcionário Patrick Turner como novo representante da Aliança na Ucrânia. A NATO indicou em comunicado que Turner vai liderar a representação da Aliança em Kiev a partir de setembro. Turner ocupou anteriormente os cargos de subsecretário-geral das Operações da NATO e de subsecretário-geral da Política de Defesa e Planificação, além de funções de topo na administração pública do Reino Unido.
⇒ O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, considerou que o objetivo no que diz respeito à guerra na Ucrânia é desanuviar as tensões “o mais rapidamente possível”. Numa conversa com o homólogo húngaro, Peter Szijjarto, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse que “todas as partes devem chegar a um consenso o mais rapidamente possível sobre os princípios da não expansão do campo de batalha, da não escalada e da não deflagração de ataques, a fim de criar condições para um cessar-fogo e o reinício das conversações de paz”.
⇒ Os esforços do primeiro-ministro húngaro para se apresentar como um pacificador ao encontrar-se com líderes mundiais, incluindo Vladimir Putin, são “errados” e ajudam apenas o Presidente russo, defendeu o primeiro-ministro checo. “O que Viktor Orbán faz não é do interesse da Europa, não é do interesse do meu país, não é do interesse do povo ucraniano. Infelizmente, ajuda Vladimir Putin nesta situação. E isso é errado”, declarou Petr Fiala.
Pode também recordar os principais acontecimentos do dia anterior aqui.