Num comício na Universidade da Beira Interior, na Covilhã (distrito de Castelo Branco), Luís Montenegro voltou ao seu apelo ao voto útil nas legislativas antecipadas de 10 de março, que salientou terem "uma importância enorme".

"As duas opções em cima da mesa -- o PS ou a AD -- têm consequências, têm resultados", avisou, embora admitindo que "ambas são legítimas".

Em primeiro lugar, quis deixar uma palavra aos que deram aos socialistas uma maioria absoluta em 2022, que disse "respeitar muito".

"É natural que se sintam defraudados, que se sintam dececionados, desiludidos (...) A esses eleitores eu quero dizer que se sintam seguros nesta mudança segura, consistente e estruturada", disse, salientando que "ninguém é dono do voto de ninguém" e não há problema em mudar neste sufrágio.

Em segundo lugar, Montenegro dirigiu-se àqueles que "até nem concordam com tudo aquilo que o Chega propõe e com aquilo que o seu protagonista maior diz, mas estão cansados e esgotados", admitindo que "são muitos".

"Acham que é preciso dar um murro na mesa para que nada fique na mesma, querem enviar uma mensagem que no fundo não é uma mensagem de confiança no Chega, mas de desconfiança no PS e no PSD. Tenho humildade de o reconhecer, na parte que toca ao PSD", afirmou.

O presidente do PSD e líder da AD (coligação que junta também o CDS-PP e o PPM) disse "respeitar muito esta indignação", mas apelou a estes eleitores que façam uma reflexão até 10 de março.

"O voto de protesto não contribui para mudar de Governo, se querem mesmo mudar de Governo a AD é o voto seguro de uma mudança segura", apelou.

Sem se referir diretamente à presença de Pedro Passos Coelho na campanha na segunda-feira, o líder social-democrata respondeu indiretamente ao líder do PS, Pedro Nuno Santos, que disse que "o espírito" do ex-primeiro-ministro iria estar sempre presente na campanha da AD.

"Para aqueles que querem saber qual é o espírito da AD, é o espírito positivo, da esperança, da ambição", afirmou.

 

SMA // JPS

Lusa/fim