Imane Khelif, a pugilista que tanto deu que falar durante os Jogos Olímpicos, em Paris, nos quais venceu a medalha de ouro, tem uma nova profissão. A argelina, acusada de ser homem – tem uma doença que afeta o desenvolvimento sexual e apresenta características masculina –, foi excluída pela Associação Internacional de Boxe (IBA). 

«Não é elegível para o nosso campeonato mundial, não cumpre os critérios. As nossas regras técnicas estipulam claramente os requisitos e vamos continuar a realizar provas aleatórias de elegibilidade de género durante o campeonato», assegurou Chris Roberts, diretor executivo da IBA. 

O tema continua a dar que falar e a causar polémica, havendo quem apoie Imane Khelif. A argelina decidiu pendurar as luvas por uns tempos e apareceu nas capas de Drepubblicait, Vogue e Le Monde, tendo sido ainda convidada para a semana da moda em Milão. 

«Um momento para recordar. É só o começo», comentou Imane Khelif, falando sobre a nova carreira como modelo. 

«Em breve vou entrar no mundo profissional e tenho muitas ofertas para esta nova experiência. Ainda não decidi para onde quero ir, mas o certo é que o mundo profissional será o meu objetivo para o futuro», atirou. 

De referir que, depois do ouro em Paris 2024, Imane Khelif voltou a dar que falar após a divulgação de um alegado relatório médico que pôs em causa a elegibilidade da argelina para participar em competições femininas. 

O jornalista francês Djaffar Ait Aoudia assegurou que teve acesso ao relatório, no qual se concluía que Khelif tem uma doença que afeta o desenvolvimento sexual, resultando frequentemente em genitais ambíguos e na verificação de caraterísticas masculinas secundárias. O documento refereria ainda que a atleta possui testículos internos e uma composição cromossómica XY, o que pode indicar uma doença genética conhecida como deficiência de 5-alfa-redutase. 

Apesar das dúvidas sobre o documento, a argelina avançou com uma queixa na Justiça. Segundo um porta-voz do Comité Olímpico Internacional, Imane Khelif «interpôs uma ação judicial contra as pessoas que comentaram a sua situação durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e aos artigos na imprensa», nomeadamente o do Le Correspondant