O novo treinador da equipa de hóquei em patins do Benfica, Edu Castro, não hesita em estabelecer como primeiros objetivos da equipa encarnada para a temporada que se avizinha o primeiro lugar na fase regular do campeonato nacional, que classifica como «a competição da modalidade mais exigente do Mundo», e a qualificação para a final four da Liga dos Campeões.
«Estamos conscientes que a fase regular é importantíssima. Numa temporada com play-off, a regularidade dá-te a possibilidade do fator casa no play-off. Estamos conscientes da dificuldade, atualmente esta é a competição mais exigente do Mundo. Isso deve servir-nos para estarmos muito concentrados. A concentração é uma palavra-chave não só nos treinos como nas partidas, para não desperdiçar nenhuma ocasião, conseguir os três pontos e tentar acabar no primeiro lugar da fase regular, que é o primeiro objetivo principal», declara Edu Castro em entrevista à BTV, canal televisivo do Benfica, sem descurar a relevância da competição europeia.
«O Campeonato Nacional e a Liga dos Campeões são competições diferentes. Esta última é desde logo mais curta, com jogos mais espaçados. Competir contra equipas de outros países traz outro tipo de dificuldades, mas também outro tipo de motivações. É a competição que mais ilusão pode trazer, sendo que há dois objetivos diferentes. Um não é mais prioritário que outro. Há que tentar conseguir ambos e ser ambiciosos, porque a história do clube o merece. Os dois primeiros objetivos da temporada são esses: vencer a fase regular [do campeonato] para conseguir o campeonato posteriormente. E chegar à final four da Liga dos Campeões com as máximas possibilidades de poder trazer o título.»
Reforços Bargalló e Rodrigues
E uma vez cumpridas essas metas preliminares, o técnico pretende partir depois para a conquista dos títulos que faltaram na época transata, declara o técnico espanhol, de 58 anos, que chega do Barça acompanhado de dois importantes reforços com a mesma proveniência, o compatriota Pau Bargalló e o português João Rodrigues, que considera virem acrescentar valor a um plantel «de altíssimo nível».
«A importância [destes jogadores] é máxima, pois são jogadores de primeiríssimo nível, como todos os que já estavam no plantel e como outros mais jovens também com nível altíssimo. Com o Pau [Bargalló] estivemos juntos sete anos, e com o João [Rodrigues] foram seis. Conhecemo-nos bem mutuamente. Estamos certos de que, no modelo de jogo e com os restantes jogadores de altíssimo nível, vamos ter uma equipa potente para lutar por todos os objetivos. Não é uma novidade, mas Pau [Bargalló] é um polivalente, consistente e tem uma faceta goleadora. O João [Rodrigues], que já conhecem, é um jogador de área, que joga praticamente ao primeiro toque», analisa o treinador que rubricou contrato com o Benfica até 2027.
Pré-temporada atípica
Referindo-se ainda às chegadas de Bargalló e Rodrigues, Edu Castro diz que o talento traz segurança. «[Esses jogadores são] uma rede de segurança para uma equipa deste nível que enfrenta estes compromissos com uma base de jogadores com tanto talento. São vários jogadores [jovens] que podem incorporar-se e dar garantias ao plantel. Uma vantagem que temos é o trabalho fantástico que já está feito. Vimos acrescentar com a nossa ideia, e sobretudo aproveitar os jovens, que possam ter um papel importante», destaca o treinador que esteve 18 anos ligado ao Barça, sete dos quais como técnico principal, ressalvando que a pré-temporada tem sido atípica, devido à ausência de vários jogadores que vão participar no Mundial em Novara.
«Vamos analisar como chegam os jogadores do Mundial, em termos físicos e anímicos. Mesmo com pouco tempo para treinar, vamos enfrentar a competição no máximo, na Taça Jesus Correia e na Elite Cup. Somos conscientes de que é uma temporada atípica, mas vamos tentar conquistar o primeiro título oficial da temporada», afirma Edu Castro, vencedor de seis ligas espanholas, uma Liga dos Campeões e quatro Taças de Espanha ao serviço do clube blaugrana, que enfatiza as implicações do Mundial no arranque da temporada.
«Seremos competitivos, cientes da dificuldade que é ter tantos jogadores no Mundial, nas seleções principais e nos Sub-19. Não será desculpa em nenhum momento, para a primeira partida com o Paço de Arcos, depois em Sintra [com o Nafarros] e depois em Torres Vedras, com a Física. A ideia é entrar em pista da forma como entramos para os treinos. Temos claro quem estamos a representar e as condicionantes que houver não serão desculpa. Vamos dar o melhor de nós, e, com a ajuda dos jovens jogadores do plantel, podemos ser competitivos para ter resultados positivos», antevê o treinador das águias.
Lisboa e Benfica
Edu Castro diz estar a adaptar-se bem ao país, cidade e clube que o acolhem na primeira experiência profissional fora do seu país. «A cidade é maravilhosa, já estava apaixonado pela cidade antes de vir para cá. Estamos a começar a entender o que significa o Benfica e a sua grandeza. Já sabíamos desde fora, mas desde dentro estamos a perceber por que é tão grande. Na verdade, dia a dia, graças ao esforço de todos, estão a facilitar-nos o trabalho. Há todos os recursos à mão para podermos fazer o melhor trabalho possível. Só nos resta um caminho, que é esforçar-nos diariamente para honrar este clube», frisa o novo timoneiro da equipa principal masculina de hóquei patins do clube da águia.