Gonzalo García, técnico do Arouca, analisa a derrota por 0-3 frente ao Sporting, afirmando que a pressão arouquense precisava de mais «energia e convicção». Para o uruguaio, o Sporting foi um justo vencedor, apesar de não ter visto qualquer infração no lance que dá o penálti do segundo golo dos leões e ainda admite que é preciso mudar «rápido» para que o Arouca possa ter sucesso.
Jogo difícil, percebeu-se que tentou surpreender o Sporting, pressionando logo os avançados adversários.
- Sim, tentámos pressionar de forma diferente, organizámo-nos de forma diferente. Sinto que nos faltou um pouco de energia e convicção no momento de o fazer. Já no jogo anterior, com o Rio Ave, saímos na pressão e funcionou bem, mas hoje, não estava tão organizada e agressiva como devia. E claro, estamos a jogar com uma equipa que é muito boa, e se não estamos bem, começam a infiltrar por dentro, que é o que não queríamos e é muito difícil.
Foi mais mérito do Sporting, esse ultrapassar da pressão?
- Sinto que não foi organizada. Que não foi feita com a disciplina e energia necessárias. Quando o fizemos com energia e disciplina, penso que recuperámos algumas bolas em boas zonas, outras não, que eles jogam muito bem. Faltou-nos ter mais a bola, um pouco de personalidade para conseguirmos mais passes, sobretudo na primeira parte. E bom, estava 1-0, no minuto 70 e há um penálti em que não vejo a mão. Mas pronto. Obviamente, eles jogam muito bem e nós fizemos o que tínhamos de fazer.
Tinha o Sylla, que não jogou de início, que veio da seleção, o Matías Rocha lesionado, o Henrique Araújo lesionado. Isso causou dificuldades?
- Sim. Em todos os jogos, temos onzes diferentes. Temos de tentar fazer coisas novas, porque passa-se sempre alguma coisa. O Sylla fez uma viagem de África e chegou ontem. Entrou quando estava 1-0 e esperava que pudéssemos chegar a algum lado. O Henrique Araújo veio lesionado da seleção, não sei quanto tempo vai estar fora, o Matías tem um problema no nariz... Mas estrearam-se quatro novas contratações. A equipa está a fazer-se.
Como avalia a exibição do Loum, que é médio e que não jogava desde maio? Pediu-lhe para perseguir Gyokeres, o que já é difícil para um jogador com rotação.
- Com certeza. Na época passada, jogou nesta posição, mas também o queríamos como médio. Não conseguimos muitas vezes. E claro, o Gyokeres tem muita velocidade, muita força... impressionou-me! Sinto que é top. Mas há outros que também são muito bons, obviamente. É difícil, porque Gyokeres joga de costas para a baliza, vai buscar à bandeirola de canto, vira-se e dribla. Faz tudo. Foi um bom primeiro jogo para Loum, para começar a ganhar ritmo.
David Simão disse que, na época passada, também não começou bem a época. Saíram jogadores muito importantes, como Mújica, Cristo e Arruabarrena, mas diz que «a equipa tem confiança na ideia do treinador». É importante ouvir isto do capitão?
- Sou uruguaio, tenho 40 anos, treinei nos Países Baixos e na Croácia. Na Croácia, tive problemas, mas as dificuldades que tenho aqui, por tantas trocas, não me tinha acontecido. Muitas lesões, muito problemas físicas. Temos muitas coisas e não me posso virar para o preparador físico e perguntar «o que estás a fazer?», porque não tem culpa. Estamos a ter má sorte. Claro que saíram Mújica, Cristo, o guarda-redes, os centrais. Sinto que temos bons jogadores, mas não há continuidade. Hoje voltou o Fontán, que já estava cansado. Primeiro jogo do Loum, primeiro jogo do Dante, do Rúben... É um novo Arouca, mas começamos um pouco tarde, na jornada 5. Estou contente de o David dizer que têm confiança. Sinto que têm confiança - pelo menos a maioria, dá-me essa sensação - e que se divertem e há jogadores que estão a crescer, como Taichi, Chico [Lamba]. há jogadores a jogar mais. O futebol é rápido e temos de mudar.