Segunda-feira foi um dia emotivo, de despedida de milhares de adeptos a Pinto da Costa, que durante 42 anos de presidência ganhou 69 títulos no futebol. O dirigente faleceu antes de se concretizar o desejo de André Villas-Boas de dar o seu nome ao museu do clube, um projeto que, sabe A BOLA, conheceu um retrocesso nos últimos dias devido às conclusões da auditoria forense às contas e gestão do clube.   

Apesar da vontade inabalável de Villas-Boas em expor o vasto espólio do dirigente mais titulado do mundo, as conclusões da auditoria foram mal recebidas por Pinto da Costa e pela sua família. Este facto colocou o processo de naming do museu em suspenso.

Inicialmente, o novo nome do museu estava previsto ser oficializado em janeiro ou, no máximo, nos primeiros dias de fevereiro. Foram já trocadas minutas de contratos e assegurada a posição da Ithaka, empresa que detém 30 por cento dos direitos económicos da Porto Stadco, sociedade responsável pela exploração comercial do Estádio do Dragão, incluindo o museu.

No entanto, a auditoria forense acabou por ter um impacto significativo, levando a um travão no projeto. Cinco dias antes do seu falecimento, Pinto da Costa emitiu um comunicado contundente contra a SAD, demonstrando a sua revolta e a da sua família. No comunicado, o dirigente acusou a auditoria de ter como objetivo denegrir o seu caráter, trabalho e legado, sublinhando os contributos que deixou para o clube.

Entre eles, destacou o investimento num plantel que gerou, apenas na primeira metade da época, uma receita de 167 milhões de euros, bem como a parceria com a Ithaka, que garantiu uma verba de 65 milhões de euros e serviu de garantia para um financiamento de 115 milhões de euros a longo prazo.  

Neste momento, o futuro do projeto do museu permanece incerto, mas a intenção de honrar Pinto da Costa e o seu legado mantém-se viva, a começar pelo memorial que nasceu espontaneamente junto da porta 24 do Dragão e que constituiu uma das imagens mais fortes do adeus a antigo líder portista. O espólio desse memorial será preservado pelo FC Porto.