O banco central dos Estados Unidos reviu em baixa o ritmo de crescimento da maior economia do mundo para este ano e aumentou a sua projeção para a inflação, ao mesmo tempo que voltou a não mexer nas taxas de juros.

As projeções mostram que o regulador aponta para um crescimento de 1,7% da economia dos Estados Unidos para este ano e uma inflação de 2,7%, levantando preocupações com as decisões que estão a ser tomadas pela administração de Donald Trump, principalmente no plano das tarifas alfandegárias.

Em dezembro do ano passado, antes de Trump assumir o cargo e altura da última previsão, o banco central apontava para uma expansão económica de 2,1% e uma inflação de 2,1%.

Como era esperado pelo mercado, a instituição liderada por Jerome Powell manteve os juros inalterados no intervalo entre os 4,25% e os 4,5%, uma decisão apoiada por todos os membros. No ano passado, a Fed cortou as taxas três vezes consecutivas a partir de setembro, numa redução total de 100 pontos base.

Para este ano, os governadores esperam entre um e dois cortes de juros na ordem dos 25 pontos base. No entanto, há quatro membros que não esperam qualquer corte este ano.

O banco central anunciou também um abrandamento no aperto da compra de dívida. Atualmente, a Fed está a cortar em 25 mil milhões de dólares o 'cheque' mensal e vai passar a cortar apenas 5 mil milhões.

Esta semana, também a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa a projeção para a economia dos Estados Unidos, que deverá desacelerar para os 2,2% este ano, antes de reduzir o ritmo para os 1,6% no próximo, que contrasta com os 2,4% e 2,1% previstos em dezembro.

A economia mexicana será a mais atingida pelas tarifas, contraindo 1,3% este ano e 0,6% no próximo (face ao crescimento de 1,2% e 1,6% esperado no final de 2024), ao passo que a economia do Canadá abranda para os 0,7% em 2025 e 2026, menos de metade dos 2% previstos antes.

O Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto dos países do G20 cresceu 3,2% em 2024 em termos homólogos, menos duas décimas do que em 2023, tendo os países europeus, o Japão e a África do Sul apresentado os piores resultados.